Lyrics Dorsal Atlântica

Dorsal Atlântica

Velhice

Se eu não trabalho então eu não existo

Se eu não servir de produção, estou morto estando vivo?

Não é assim que vocês raciocinam?

Penso que ainda existe vida nos retratos amarelos

Eu vejo, eu falo, eu ouço, eu penso

Sou carne viva, sangue circulando

Tenho sentimentos até mesmo na velhice

A dor de querer e tentar ser útil

E ninguém prestar atenção

Eu me sinto como um retrato amarelo

Não quero que tenham dó de mim

Eu não preciso desse tipo de caridade

Mãos enrrugadas, trêmulas, proféticas incomodam

E parecem carregar uma peste sem cura

Velhice é uma criança que retorna e preocupa

Amigos se vão, o pano cai, a peça sai de cartaz

Ser esquecido na poltrona do canto da sala

Paisagem adormecida de uma vida longínqua

Lembranças minhas que não interessam à ninguém

Meu maior erro foi acreditar que o meu jardim nunca iria envelhecer.