Porto Sentido

Quem vem e atravessa o rio

Junto à serra do Pilar

vê um velho casario

que se estende ate ao mar

Quem te vê ao vir da ponte

és cascata, são-joanina

erigida sobre um monte

no meio da neblina.

Por ruelas e calçadas

da Ribeira até à Foz

por pedras sujas e gastas

e lampiões tristes e sós.

E esse teu ar grave e sério

num rosto de cantaria

que nos oculta o mistério

dessa luz bela e sombria

Ver-te assim abandonado

nesse timbre pardacento

nesse teu jeito fechado

de quem mói um sentimento

E é sempre a primeira vez

em cada regresso a casa

rever-te nessa altivez

de milhafre ferido na asa